terça-feira, 30 de agosto de 2011

GR22 Rota das Aldeias Históricas 15-19 Ago 2011

O início
Esta posso garantir que foi uma grande aventura. Bastante divertida, um passeio daqueles que realmente me motivam nestas andanças do BTT. Foram 5 dias a pedalar com mochila às costas seguindo um track, com objectivos diários de chegar aos destinos reservados para a pernoita.
Deste grupo espectacular fizeram parte 3 membros dos CBT (Casa do Benfica de Tomar) Vitor Campos, Rui Martins, David Ramalhete e eu que não necessito de apresentações :)
O trabalho de casa coube ao Rui Martins, divisão do percurso, reserva das pernoitas, etc... assim à distância foi um trabalho sem nada a apontar e a ele temos que agradecer pela sua disponibilidade em tê-lo feito pois a nós coube-nos apenas e só pedalar :)

Etapas / Distância / Acumulado

Estes foram os dados que o meu GPS acusou ao fim de cada etapa e inclui desvios da rota pois por vezes a fome obrigou-nos a isso pelo que convém andar sempre prevenido com algo mais substancial como uma sandes de presunto/carne e alguma fruta na mochila.

Nestes passeios longos (por etapas) eu considero que o primeiro e o ultimo dia são os mais excitantes. O primeiro por estar cheio de adrenalina para começar, as forças estão ao rubro, os sentidos atentos a tudo o que nos rodeia e as adversidades superadas com maior discernimento. O ultimo dia é o da "consagração", venha o que vier, estamos por tudo pois percorremos um longo caminho e não queremos "morrer na praia", por instantes deixamos de sentir que o corpo está cansado e voltamos a encher-nos de energia...o peso da mochila rapidamente nos devolve à realidade LOL

1º Dia

Sendo um percurso circular o ponto de partida/chegada foi Castelo Novo, escolhido pela sua proximidade com a A23.
1º abastecimento
Do 1º dia recorda-me os imensos portões que tivemos que abrir ao passarmos de propriedade em propriedade e algumas vedações que tivemos que saltar.
O inverno deve ter sido muito bom pois o imenso gado que vimos estava bem alimentado e por vezes no caminho.Uma primeira parte bastante rolante levou-nos a passar por Proença a Velha, Idanha a Velha e permitiu-nos progredir rapidamente no terreno até ao desafio da subida da calçada romana para Monsanto. Monsanto no horizonte
Depois de ter perdido um bidon e como não levava saco de hidratação sempre que podia aproveitava para atestar pois com o calor que estava era muito importante não ficar sem hidratação, mesmo que a água fosse de fonte duvidosa LOL
Os estradões continuavam
Depois de andarmos tantos kms sempre com Monsanto no horizonte e a duvidar se de facto iríamos lá "acima" eis que chegava a confirmação.
Depois de termos feito uma dura subida em calçada romana e de dificuldade elevada chegavamos a Monsanto e estavamos bastante satisfeitos. Ainda íamos a meio da etapa deste dia.
A aldeia da roupa branca :)
Aqui paramos para abastecer e repor algumas energias e apanhamos o único mal disposto destes 5 dias LOL ainda antes de seguirmos viagem resolvemos almoçar à saída de Monsanto pois pela frente ainda teríamos alguns kms sem encontrar povoações/restauração. Após o almoço o ritmo foi brando até nos sentirmos mais aliviados e apesar de estarmos a subir ligeiramente a progressão até era boa.
O calor acompanhou-nos durante toda a travessia com temperaturas acima dos 30-35 Cº e em alguns locais/hora do dia rondaram os 40Cº. Já não me lembra como mas a certa altura deste 1º dia todos chegámos ao limite da reserva de água e a solução foi pedir numa casa junto ao trilho...muito obrigado!
Depois deste episódio e com o calor a continuar a apertar entramos na Serra da Malcata onde percorremos bastantes kms.Novamente com os depósitos a atingir o limite finalmente chegamos a uma povoação e enquanto procuravamos por cafés/supermercados/fontes demos com esta praia fluvial que serviu para baixar a temperatura do corpo com um excelente mergulho...isto das travessias não pode ser só pedalar :) O aproveitamento deste espaço está 5* e eu cada vez mais sou um fã das praias fluviais por toda a sua envolvente Ainda na Serra da Malcata...para de seguida percorremos kms e kms em redor da barragem de Meimoa com uma paisagem muito bonita.
A estação elevatória das águas
Após contornarmos a barragem o trilho continuou num sobe e desce constante com tendência para subir e vindo do nada fomos presenteados com uma subida bastante inclinada com cerca de 5.5kms, posso dizer que foi a cereja no topo do bolo (deste dia LOL)
Após quase 12h de viagem chegamos a Sortelha perto das 20h, cansados mas plenamente satisfeitos por este 1º dia da viagem ter corrido tão bem. Ainda houve tempo para uma visita ao supermercado onde compramos alguns mantimentos para repor calorias antes do jantar e preparar o pequeno almoço que não estava incluído na estadia.
De tão leve que ela é, o Vitor Campos não se cansava de andar com a bike no ar :)
1/5 da missão cumprida :)
Restaurante D. Sancho
A casa onde ficamos hospedados
Olha os turistas!

...Hhhummm...Sorrtteellhaaaa, iissssooo fffiiiiccccaaaa bbbuuuééééddddaaaa lloonnngggeeeee!!!

Fotos de Sortelha

2º Dia

O pequeno-almoço
Apesar de este ser teoricamente o dia menos duro da travessia mesmo assim optámos por partir cedo para aproveitarmos melhor a parte da tarde, de preferência a tomar uns banhos em alguma praia fluvial...
O primeiro contacto com o selim logo pela manhã foi extremamente penoso, diz-se que quem corre por gosto não cansa e essa é a pura das mentiras porque cansa, ficamos todos doridos e em alguns casos bastante assados!
Os primeiros kms do dia foram rolantes pelo facto de termos optado por fazer por alcatrão o desvio que tinhamos feito até Sortelha (cerca de 8km) e que já não tinha nada de novo para ver e assim em menos de 1h chegamos a Sabugal.


Sabugal à vista
Passagem por Sabugal
Novas tecnologias. O pastoreio em Todo-Terreno LOL
Uma breve paragem para abastecer em uma das já habituais torneiras de "Água não controlada"mas que nos foi garantido pela Sra. da horta em frente que toda a população dali bebia e ainda não tinham morrido...
...e ainda nos ofereceu uns tomates que souberam tão bem
Algumas das marcas que encontramos pelo caminho
Por estarmos no mês de agosto este era o visual que encontravamos com frequência quando passavamos pelas povoações...tudo para nos receber :)
Como este dia não tinha muito acumulado de subidas a manhã foi passada muito calmamente, e cedo optamos por comer algo mais sólido (bifanas) pois não sabiamos se iríamos encontrar povoações mais à frente e então resolvemos não arriscar.
Seguindo caminho apanhamos uma parte bastante rolante, com inclinação descendente até chegarmos ao "buraco" onde nos deparamos com mais um cenário deslumbrante.
Depois da calçada Romana de Monsanto novamente nos vinha à memória o Sérgio Saldanha que ainda este ano tinha feito este percurso em autonomia com atrelado...mais tarde viríamos a saber que aqui quase foi arrastado pelas águas. Portanto, nós encontrámos um cenário completamente diferente uma vez que as pedras estavam bastante queimadas com o sol.
Os foguetes
Já se sentia o cheiro de Castelo Mendo mas a subida ainda foi longa
Chegada a Castelo Mendo
Estava bastante calor! Soube muito bem colocar as pernas debaixo de água.
O que tivemos que subir para chegar cá acima (Castelo Mendo), cerca de 230m de desnível
Seguindo caminho
O "Talegas" - David Ramalhete
Mais uns kms a rolar para novamente descermos ao "buraco". Desta vez, até à Ponte Grande sobre o rio Côa
Reparem no verde carregado da água
Para sair do buraco nova ascensão de 220m. Teoricamente ainda nos faltava 10km para chegar a Almeida mas para nossa satisfação foi com agrado que na povoação seguinte ficamos a saber que...

...em Almeida estóis vós!!!

A fome e sede eram tantas que a primeira coisa que eu e o Rui Martins fizemos foi "assaltar" o mini mercado com os nossos foguetes LOL

Fotos de Almeida
Residencial a Muralha, onde pernoitamos e jantamos. Um quarto perfeitamente normal, com TV, ar condicionado (pequeno-almoço incluído)

3º Dia

O pequeno-almoço foi bastante reforçado pois sabia que este iria ser um longo dia e como na véspera até fizemos algumas compras em excesso acabamos por deixar coisas para trás.
A manhã acordou bastante cinzenta e muito mais fresca que o habitual mas não tardou muito a que se pusesse um excelente dia de verão, e com altas temperaturas como já era esperado.Continuavamos a ter que abrir portões ou então a ter que saltar vedações.
Convento de Santa Maria de Aguiar (tem uma hospedaria)

Após uns bons kms a rolar aqui já todos sabiamos que estava para vir uma boa subida mas só quando chegamos mais perto é que deu para perceber que era bem inclinada. Facilitou um pouco a parte final ser em alcatrão.

Castelo Rodrigo

A nossa passagem foi muito breve pois o dia ia ser longo mas ainda deu para perceber que é uma aldeia bem estruturada.

O 1º furo, um rasgão lateral que foi resolvido com a colocação de uma câmara com líquido. O ideal para estas aventuras é mesmo o tubless e ter a precaução de nas vésperas atestar de líquido uma vez que no verão com as altas temperaturas este seca muito mais depressa.
Após esta avaria fizemos uma descida vertiginosa (uns bons kms de alcatrão) até à Ponte da União. Estavamos num buraco bem fundo e para sair dele seguiu-se uma subida com cerca de 3kms e 250m de desnível acumulado.
Estavamos completamente independentes no que diz respeito a comunicações LOL



Após terminarmos a subida o pneu de trás do Rui Martins pregava-nos um grande susto, estoirou. Ou ficou mal encaixado ou levava pressão a mais. Felizmente aconteceu numa subida em que a velocidade era reduzida...
Mesmo assim a boa disposição era patente no grupo...o Vitor aproveitava para provocar o Rui. Daqui seguimos para Marialva onde pretendiamos fazer uma paragem mais prolongada.
Os trilhos foram bastante diversificados.
Água aditivada...reparem no fundo do garrafão. Mesmo assim só podemos agradecer pela gentileza de nos terem oferecido esta água. Na 1ª oportunidade tratamos de voltar a encher os bidons :)
Marialva

Por vezes tivemos que aproveitar o que a terra nos dá. Mesmo que essa terra fosse a horta de alguém :) Quando faziamos ideia de comer em Marialva deparamo-nos com uma aldeia semi deserta, o Castelo fechado e nos cafés a oferta era à base de batatas fritas e cerveja pelo que rapidamente nos pusemos a caminho na esperança de encontrar algo melhor.
Se tivesse visto esta carroça ainda tinha pedido uma maçaroca de milho.
Após quase 1h depois de termos partido de Marialva e com um desvio no percurso de cerca de 3km encontravamos no Rabaçal junto ao IP2 um restaurante onde fomos muito bem servidos.
Este cavalheiro ainda nos convidou para ir experimentar o vinho dele...a esta hora do dia já estava bastante bem disposto e graças a ele aprendemos uns gracejos que nos acompanharam até ao fim da aventura :) Allez, allez, allez...
O calor não dava tréguas e ainda tinhamos um longo caminho a percorrer, agora um pouco mais devagar porque o estômago ia cheio. As paisagens continuavam deslumbrantes.
As descidas vertiginosas. Por vezes tinha que parar para descansar um pouco os braços mas os dois ultimos dias ainda iam ser piores uma vez que as inclinações eram mais acentuadas e a mochila ao deslizar para cima do capacete atrapalhava a visão e tornava-se bastante incómodo.
Este deve ter sido o ultimo sorriso que dei neste dia :( a certa altura deu-me uma quebra em que fui mesmo obrigado a parar, tirar a mochila e deitar-me no chão. Senti-me completamente sem forças, o corpo a tremer...não sei o que se passou mas veio de repente e se tenho teimado seguir talvez tivesse acabado por me estatelar no chão sem me aperceber o que se tinha passado. A partir daqui fui num esforço imenso até Linhares que teimava em não aparecer.
A etapa de hoje viria a ser a mais longa, com mais 10% da quilometragem esperada para este dia...talvez para compensar o bónus do dia anterior LOL Nenhum de nós estava à espera deste bónus :)
O desafio final deste dia. Uma calçada com cerca de 1.5km e 160m de desnível que termina no largo principal de Linhares e nos deixou com a sensação de missão cumprida.O nosso alojamento. Atenção que existem outras ofertas (preços similares) e com o pequeno-almoço incluído o que acaba por ser importante na gestão do tempo e no alivio que é não ter que estar a pensar nestes pormenores no fim de um dia tão cansativo.



Às 4ª feiras o único restaurante de Linhares está fechado. A dona da casa onde ficamos foi muito atenciosa em nos emprestar esta raridade para podermos ir jantar a Folgosinho onde comemos e bebemos à descrição por 14€, ainda aproveitamos e providenciamos mantimentos para o pequeno-almoço do dia seguinte.
Neste dia tivemos a companhia (jantar) de mais 3 aventureiros que também estavam a fazer a GR22 (outro track) e tinham iniciado o percurso no sábado. Daqui, também seguiam para Piodão, até porque no sentido que estavamos a fazer a rota não há outras alternativas por forma manter o equilibrio das etapas. Estes 3 "malucos" a andar 1h, 2 ou 3 vezes por semana e apenas um mês antes lançaram-se nesta aventura...no dia seguinte apenas 2 seguiram caminho.
O sorriso malandro!!! O motor ainda deve estar quente LOLRest. O Albertino - Folgosinho
Por hoje já chega, são 4h da manhã. Este está a ser o rescaldo mais trabalhoso que fiz aqui no blog. Fazer seleção de fotos, carregá-las no picasa, carregá-las no blog, redimensionar, colocar por ordem, trabalhar com 2 e 3 browsers diferentes...estou a levar quase tanto tempo quanto demorei a pedalar LOL já ando nisto à mais de 1 mês mas também acho que o produto final vai conseguir transportar todos os leitores diretamente até à GR22, muito por culpa (incentivo) das imensas fotos que o Rui e o David tiraram...torna-se muito dificil fazer a escolha de entre cerca de 1000 fotos :)

4º Dia

O pequeno-almoço dos zombies, a certa altura parecia que nem forças tinhamos para comer apesar da fome... Iamos ter um longo dia de subidas pela frente e muita energia ia ser necessária para ultrapassar esta etapa de montanha.
Linhares ficava para trás e começava um dia de dureza. Os fotógrafos estiveram sempre por perto.
Garanto que esta fonte no verão tem a água mais fresca que o meu frigorífico no inverno e só com muito, muito calor é que arriscava molhar ali as pernas
As paisagens em redor tinham mudado completamente para a dos dias anteriores. Estavamos no Parque Natural da Serra da Estrela e montanhas imensas faziam-nos sentir minúsculos ao mesmo tempo que enormes gigantes por as irmos conquistando.
As paragens eram frequentes pois em 22km o desnível acumulado foi cerca de 1000m. Quem nos tirou esta foto foi um dos rapazes do outro grupo e eu devo salientar que eles foram corajosos em aventurarem-se nesta "selva" parecia que iam em peregrinação, as subidas sempre a pé e mesmo assim conseguiram manter um espírito de aventura e sacrifício que não os deixou quebrar.
Em alguns locais estivemos acima das nuvens ou acima do fumo dos fogos que lavravam nos arredores...felizmente não passamos perto de nenhum.
Barragem de Vale Rossim
Esta paragem ficava desviada do track mas tínhamos mesmo que parar, precisavamos abastecer, comer, comer e respirar um pouco.
Após aquela breve paragem passavamos para um cenário um pouco diferente. Trilhos mais arborizados e com algumas zonas mais técnicas à mistura com um ou outro topo mais inclinado que por vezes fazia-nos abrandar o ritmo mas na sua maioria os trilhos até foram mais rolantes.
SabugueiroJustificar completamentePor esta altura parece-me que íamos sempre a contornar as montanhas.
Após termos deixado passar umas oportunidades para voltar a comer algo mais sólido e quando pensavamos que iriamos voltar a passar perto de povoações tal não veio a acontecer pelo que a certa altura fomos mesmo forçados a parar para comer as sandes que tínhamos de "reserva". Eu diria que neste tipo de viagens é impossível fazer um plano 100% fiável e segui-lo para que tudo corra da forma que queremos. O melhor mesmo é andar sempre prevenido.
E o burro sou eu!!!
Vide
Finalmente chegavamos a uma povoação onde pudemos abastecer e prepararmo-nos para o grande final deste dia... As pessoas muito simpáticas em querer perceber o que nós andavamos a fazer, de onde vinhamos e para onde íamos...
Certamente a subida mais dura de toda a GR22. Cerca de 6km em que a grande maioria foi feita a pé e o desnível acumulado foi de 660m!!!
Isto foi só o começo! Até parecia fácil LOL

Mete a Talega agora :)
Depois de mais um duro dia estavamos quase a chegar ao nosso destino, Piodão. Já só faltavam
10km e a sua maioria a descer.
O nosso alojamento
O David Ramalhete no ritual habitual ao fim do dia...esqueceu-se de tirar os pernitos :) Este dia acabou por correr muito bem pois por volta das 17h30 já tinhamos chegado ao nosso destino. Por esta altura o corpo já pedia mais tempo de descanso mas também já só faltava um dia...
...deixa-me virar a entrada para o sol
Simbolos de muita resistência
Piodão é de facto uma aldeia muito bonita.
...não comam chanfana!!!
Parte do nosso jantar que tem uma história engraçada...depois de pagarmos a estadia fui à procura do restaurante para fazer as reservas caso fosse conviniente e ficamos a saber que não havia MB...nós também já não tinhamos €€€ connosco porque tinhamos acabado de pagar a estadia. Felizmente a dona da casa foi muito simpática e teve confiança (estava desconfiada) em nós para nos devolver o dinheiro e assim lá conseguimos jantar e o pagamento da estadia foi feito por transferência.
Nem me ocorreu na altura mas até podíamos ter pedido uma boleia até ao MB mais próximo e resolviamos a questão Daahhhhhh :)
Brrrrr, ando sempre com uma mantinha para as ocasiões LOL Só faltava o calção rosa choque :)

5º Dia

O dia ainda não tinha nascido, que sossego!
Góis, a ultima partida.
Mais uma dura manhã. Começámos logo por subir 660m em cerca de 10km. A maioria do trilho era estradão, com gravilha solta.
Este foi para mim um dos trilhos mais bonitos que percorri. Um single a descer com uns bons kms, coberto de xisto partido.
Foi neste trilho que sem me aperceber perdi os óculos...não justificavam voltar atrás. P'ra frente é o caminho :)
Sempre prontos para posar para mais uma foto
O cenários das eólicas continuava num sobe e desce constante.
As descidas bastante rápidas e cheias de pedra acabaram por fazer estragos. Um snake bite na roda de trás do David que no dia anterior já tinha acabado o dia furado e teve que recorrer a câmara de ar.

Nota: Os Kenda UST não podem levar líquido. Formam bolhas, deformam e podem mesmo rebentar.
Depois do David chegava a vez do Vitor que também já tinha furado neste dia mas o líquido fez o seu trabalho. O seu Kenda UST da roda traseira ganhou uma bolha enorme e felizmente isso aconteceu quando rolavamos no alcatrão e preparavamo-nos para parar/abastecer. Trocou-se o pneu e colocou-se câmara e estavamos prontos para seguir caminho. Com todos estes imprevistos a progressão estava a ser muito lenta...
Nova paragem forçada para encaixar o pneu no aro e os sorrisos voltavam aos rostos que antes pareciam desanimar :)
Por esta altura (13h) abandonavamos a civilização para voltarmos a entrar na serra e aqui voltamos a cometer o "erro" de não abastecer...
Será que vem aí alguma manada em sentido contrário?
Ouuhhuu, ouuhhuu! Mais uma das muitas descidas rápidas e inclinadas que me deixavam com a mochila colada ao capacete LOL
Nada de especial, apenas mais um furo. Esgotavamos o stock de 5 câmaras c/ líquido e ainda faltavam uns kms.
Por esta altura entravamos na Serra da Gardunha e racionavamos a água e barras :) Desesperavamos pela civilização...
Os estradões rápidos e intermináveis
Voltavamos a reencontrar os nossos parceiros já muito desgastados
Ainda não tinha acabado mas cada subida podia ser encarada como uma conquista. por esta altura o Vitor continuava na sua demonstração de força pois era o único que permanecia montado.
Até parece brincadeira, ou não podia ser mais apropriado...passaram mais de 3h mas finalmente chegavamos ao Oásis!!!
Muito, mas muito mais animados!
A ultima subida e já estavamos de volta a Castelo Novo
De volta ao mundo real. Acabava-se a aventura!!!
Venha a próxima...
Chegou ao fim esta grande aventura. Foram 5 dias muito intensos em que o companheirismo foi importante para o sucesso da mesma.
Se me perguntarem se voltaria a fazer eu diria imediatamente que sim mas ou em 7 dias ou com carro de apoio. 5 dias com mochila às costas provavelmente não quereria repetir :)

Um abraço e até à próxima
Rui Luz

4 comentários:

  1. Boas!

    Brutal aventura acompanhada de um espectacular rescaldo. Sem duvida uma das GR que mais de desperta a atenção...paisagens e trilhos de meter inveja! Gostei de ver ler e a vontade de realizar essa aventura ainda ficou maior.

    Boas Pedaladas

    ResponderEliminar
  2. Boas Rui
    Bem excelente relato desta Magnifica aventura. Parecia que estava a ler um livro, e queria saber mais e mais até ao fim. Sem duvida que deve ter sido uma experiencia maravilhosa, com trilhos e paisagens lindas ( eu conheço muito bem estas localidades, mas ando lá às voltas de carro ))). Parabéns aos 4.

    Grande Abraço
    Cláudio Ramos

    ResponderEliminar
  3. Excelente relato, de uma enorme aventura. É preciso muita força de pernas e uma enorme coragem, com espírito de sacrifício. Ao ler este relato, os meus escritos no www.coimbrasantiago.blogspot.com até parecem brincadeira. Excelente.

    ResponderEliminar
  4. Muito obrigada pelo relato e pelas fotos bem escolhidas! Parabéns! Eu já estou a planear fazê - lá em sentido contrário é em autonomia! Mas acho que vou introduzir variantes pois sou um amante de cursos de água e em finais de Maio às temperaturas convidam a banhos!

    ResponderEliminar