terça-feira, 12 de abril de 2011

SRP160 09-04-2011

Pelo 3º ano consecutivo participo naquela que é a maior "maratona" do país em BTT. Este ano foram 166km de trilhos bastantes rolantes e em que o tempo seco ajudou bastante a que o empeno não fosse significativo, claro que isto também não seria possível sem treinar/andar bastantes horas em cima da bicicleta. Se no ano passado tinha como objectivo tirar tempo ao ano anterior, este ano não levava esse objectivo, queria apenas terminar bem e de forma no dia seguinte participar no Raid de Arneiros sem "sofrimento".
Juntamos um grupo de 5 e rumamos na véspera até Beja, local onde pernoitamos. Temos a agradecer ao amigo Pimentel por à ultima hora ter conseguido esta excelente alternativa a termos que nos levantar às 3h da manhã para fazermos a viagem no próprio dia.
Às 6h15 da manhã quando nos preparávamos para arrancar para Serpa parecia que chovia devido à imensa humidade que havia no ar, por momentos parecia não fazer sentido a forte camada de protector solar com que havia barrado o corpo mas já se sabia que a previsão para este dia seria Sol e as temperaturas a rondar os 28º graus o que se veio a verificar a partir das 11h.
Ao chegarmos a Serpa fomos levantar os dorsais e o tempo já estava escasso para preparar as bicicletas e seguir para o Controlo zero.
Dada a partida o Pimentel e o David seguiram juntos pois estão habituados a circular em dupla, eu ainda andei algum tempo com o Vaqueirinho mas como o ritmo era elevado deixei-me ficar para trás e o Francisco também seguiu praticamente sozinho mas também com um ritmo mais elevado.
Como não levava nenhuma "pressão" relacionada com tempos ou classificações fui apreciando a paisagem que este ano me pareceu bem mais colorida que nos anos anteriores e fui conhecendo os participantes com quem partilhei a roda durante muitos kms, foi um convívio excelente.
Ao chegar às Minas de S. Domingos abrandei um pouco o ritmo pois apesar deste ano não ter a beleza do ano anterior em que escorria água por todo o lado não deixa de ser um local muito bonito e que também julgo que se irá tornar símbolo desta ultra-maratona.
Ao chegar à ZA3 às 11h22 com 78km percorridos estava o Pimentel/David/Francisco a arrancar. Sem stress mas também sem "adormecer" reabasteci a mochila, o bidon com coca-cola e engoli um tupperware de sopa ao que alguns participantes exlamavam: - Sopa! Que grande ideia! Foi uma paragem de 5 minutos, simples e eficaz, aqui o Vitor que me vinha a fazer companhia ficou para trás pois estava a "empanturrar-se" de massa e tinha apoio de familiares pelo que também não fazia sentido estar a apressá-lo. Segui sozinho durante alguns kms e ao km85 começo a aperceber-me de alguém que se aproximava demasiado rápido de mim e eu a pensar como seria possível!!! Era somente o Vitor Gamito que tinha furado/avariado logo no início da prova e que ao fim de já percorrida a distância equivalente a uma maratona ainda viria a dar-me qualquer coisa como 40" de avanço na 2ª metade da prova...até tem a sua piada!
Como já tinha feito esta prova 2 vezes sabia que para a 2ª metade da mesma teria que guardar a maioria das minhas forças, apesar de ser um percurso rolante com pouca dificuldade técnica a quantidade de horas que se passa a pedalar tornam-se o obstáculo/desafio maior. Andei muitos kms com pessoas/atletas impecáveis e outros que vêm no ciclismo/btt apenas o oportunismo de ir na roda a poupar energias para assim que possível deixar o adversário para trás. Neste capítulo fico muito satisfeito por ter conseguido deixar todos os oportunistas para trás mesmo quando eles já julgavam ter levado a melhor!
Fruto dos muitos kms que tenho feito ultimamente e de uma gestão eficaz durante toda a prova este ano foi muito mais fácil ultrapassar este desafio, para o ano que vem conto estar novamente presente pois esta é a única ultra em todo o país e algo muito diferente daquilo que se costuma fazer.

O video do BTT-TV e as classificações

Um abraço
Rui Luz

1 comentário:

  1. Boas, o amigo Rui Luz ficou de fazer o rescaldo geral, coloco aqui parte do meu que publiquei no fórum btt.

    SRP160 (165)
    Ás 7h estava a levantar os dorsais com os meus 4 amigos, Rui Luz, Francisco, Jorge Pimentel e David foi extremamente rápido, ou seja não existia qualquer fila.
    Percurso espectacular mais à base de estradões, com lindas paisagens, como só o Alentejo nos pode oferecer, subidas longas mas não muito picadas, boas descidas, belos trilhos junto ao Guadiana, muito bom.
    As marcações em alguns pontos, tinha-mos de ir muito atentos, ou então quando dávamos conta, estávamos fora do percurso, o gps salvou-me em 2 situações.
    Considero os abastecimentos bons, suficientes e bem colocados, com gente muito simpática.
    Banhos muito bons, com muito espaço, muitos balneários por onde escolher…
    Refeição muito boa e adequada para quem vinha dum super esforço, a sopa estava excelente.
    A minha prova começou muito bem, em muito bom ritmo dentro das minhas expectativas, ia preparado para não parar nos abastecimentos, só parava no caso de necessitar de água, a partir do km64 começaram os meus azares (também fazem parte do btt, mas deixam-nos algo desanimados) furei na roda da frente, perdeu muito ar, mas o liquido conseguiu tapar o furo, apesar de ser um corte, dei mais ar e segui. Passados 4km volto a furar no mesmo pneu, volto a meter ar e lá contínuo. Junto às das Minas de S. Domingos entra um “tronco” pelo pneu a dentro na roda de trás, mais propriamente um pau com cerca de 20mm de comprimento e 6 de diâmetro, com uma das pontas em lasca. Eu já nem queria acreditar no que me estava acontecer, aqui só consegui resolver com câmara-de-ar. Até ao primeiro furo trazia uma média de 24km/h, quando resolvi o último a média tinha baixado para 19,5km/h, esta situação deixou-me completamente desmotivado, para continuar com o ritmo que trouxera até então. Tudo isto se passou entre o km64 e 74.
    Desanimado arrastei-me até à ZA3 km78 a partir daqui fui com 2 amigos + ou – até à ZA4, mas como eles traziam um ritmo demasiado baixo e os meus companheiros estavam todos para a frente, não podia continuar com tal andamento. Ganhei novo ânimo decidi parar em todos os abastecimentos, as laranjas eram o melhor, na altura já se fazia sentir algum calor. Fui recuperando posições, acabei a prova com média de 20km/h feita em 8h16.
    Apesar de todos estes percalços gostei imenso da prova, em especial do percurso com paisagens fantásticas! – Só por isto vale a pena vir a esta prova, temos é de estar minimamente preparados para fazer os 165km, vi muita boa gente arrastar-se no último 1/3 da prova, muitos deles duvido que a tenham concluído.
    Agradeço a todos os companheiros de ocasião a companhia e entreajuda que partilhamos ao longo do percurso. Em provas com esta distância é muito importante termos alguém com o nosso ritmo.
    Tive o prazer de ver e falar com os amigos, Kalinas e seu companheiro, Paulo Cruz dos Fincadas do Juncal e muitos outros. Paulo Parabéns pela excelente prova que fizeste.
    Até uma próxima e boas pedaladas, para todos os amantes desta magnífica modalidade.
    Um abraço,
    António Vaqueirinho

    PS: Obrigado Ruka, pela ajuda com o CO2 e a companhia que partilhamos. Desculpa mas para mim não dava para ir aquele ritmo, tinha o meu pessoal todo para a frente, então comecei a pensar que iriam levar uma grande seca à minha espera. Ainda estive 5 minutos na ZA4 à vossa espera! Como não chegavam apesar de não ter mais nenhuma câmara-de-ar arrisquei. Vou passar a usar câmara-de-ar sem liquido lol…

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